domingo, 24 de abril de 2011

A difícil arte de contratar um coach
Fonte: Hsm.com.br

No atual cenário de negócios a mudança é a palavra chave. Mudanças climáticas, mudança na economia mundial, mudança nos costumes. E como não poderia deixar de ser, mudança nas carreiras.
Em 1998 a ASTD (American Society for Training & Development) em sua pesquisa anual constatou que o negócio treinamento era um dos três negócios que mais cresciam  no mundo, equiparando-se ao mercado de tecnologia. Faz sentido: no momento em que há mudanças, faz-se necessário o treinamento e desenvolvimento de pessoas para se adaptarem a esta mudança, seja ela de tecnologia ou não.
No bojo de todas estas mudanças, novas profissões surgiram e algumas até se extinguiram rapidamente. Alguém se lembra do fitotecário? Mas há uma questão grave em relação a algumas destas novas profissões, como não são regulamentadas por lei – e talvez não devam ser - dão margem a que os espertos se aproveitem da ingenuidade de pessoas legitimamente interessadas. 
Uma destas profissões é o coach, treinador numa tradução literal, mas que na verdade, não lembra nem de longe aquele sujeito, que nos é tão conhecido no futebol, que fica na beira do gramado gritando ordens.
Pelo contrário, o coach é o parceiro do cliente (coachee) num processo criativo e estimulante para o pensamento que o inspira a maximizar o seu potencial pessoal e profissional. Isto de acordo com a International Coach Federation (ICF), maior e mais criteriosa associação sem fins lucrativos de coaches do mundo.
Coaching como profissão nova e não regulamentada pelos governos, busca a auto-regulamentação por meio de associações e federações. No entanto, o que aumenta  muito a confusão do mercado é que algumas empresas com fins lucrativos se denominam “federação”, “sociedade” e “instituto”, o que induz o interessado ao erro de que aquela organização é representante de uma classe, quando nem sempre o é.
O consumidor que quer contratar um coach ou o profissional que quiser se especializar em coaching deve tomar pelo menos três cuidados: o primeiro é senso comum a não se deixar encantar por promessas do tipo: “torne-se um coach (ou participe deste processo) e resolva seus problemas de tempo e dinheiro”. Nada, nem ninguém, pode prometer tal resultado. Coaching é realmente uma parceria que tem excelentes resultados, mas naturalmente não é milagroso.
O segundo cuidado, mais difícil para os brasileiros por causa de nossa proverbial cordialidade, é buscar referências. Apesar de poder ser constrangedor solicitar diplomas, checar referências e questionar um profissional sobre sua experiência, principalmente quando este se mostra arrogante, neste caso é fundamental.
Busque conversar com um ou dois ex-clientes daquele profissional. Não o RH da empresa, não o chefe dele, nem o dono da consultoria ou da “sociedade”, mas, antigos clientes daquele coach, que possam fornecer informações sobre como ele é como pessoa, como é a técnica utilizada.
Conselhos, por exemplo, não são utilizados em coaching. Procure saber quanto tempo durou o processo e quais os resultados alcançados. É importante que estas informações sejam fornecidas por coachees que passaram por processos anteriores.
No caso de curso de formação, solicite o contato com ex-alunos e além de perguntar sobre o conteúdo do curso, pergunte como foi a entrega deste conteúdo, se o professor demonstrou a sua competência de coach durante o curso ou se simplesmente deu aula, tipo “cuspe e giz”. Lembre que um curso só informativo pode ser substituído com muita economia pela leitura de alguns livros.
O terceiro cuidado serve tanto para a contratação de coach quanto para a seleção do curso que irá fazer: solicite uma demonstração. Fazer uma sessão de coaching com o seu pretendente a coach ou com a pessoa que irá te ensinar coaching é a “prova dos nove”. E, se ao final desta sessão você não estiver se sentindo inspirado e estimulado, desconfie. Se você estiver se sentindo criticado e julgado, fuja!

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